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Leilão define hoje empresa que vai operar trem entre SP e Campinas. TIC vai custar R$ 13,5 bi. Veja o valor da passagem

A empresa que vai construir e operar a linha de trem entre Campinas e a capital paulista será escolhida nesta quinta em leilão que o governo de São Paulo realiza na B3. As propostas para o chamado trem intercidades (TIC) serão entregues a partir das 15h e o leilão acontece às 16h. O investimento previsto é de R$ 13,5 bilhões e o prazo de concessão de 30 anos.

A expectativa do governo é receber propostas de pelos menos dois consórcios, um deles formado pela CCR (que já opera quatro linhas de metrô e trem em São Paulo) junto com a Alstom e investidores franceses. O outro grupo deve ser composto por Comporte (que opera o metrô de Belo Horizonte) em conjunto com a chinesa CRRC Sifang.

A proposta vitoriosa será aquela que apresentar maior desconto percentual sobre a contraprestação financeira máxima e também sobre o aporte de recursos governo do estado de São Paulo. O governo deve pagar cerca de 70% da obra (cerca de R$ 8,9 bilhões), por meio de um financiamento junto ao BNDES. Além disso, as contraprestações a serem pagas durante os 30 anos de concessão somam cerca de R$ 8 bilhões.

Este será o primeiro trem de média velocidade do país, rodando a até 150 quilômetros por hora. A expectativa é que o serviço expresso entre Campinas e São Paulo fique pronto em 2031, transportando uma média de 60 mil passageiros por dia.

Além do TIC Campinas, que terá tarifa de no máximo R$ 64 e será um “trem de viagem”, com assentos marcados, mesas e bagageiro, o projeto envolve a criação do trem intermetropolitano (TIM) entre Jundiaí e Campinas, com quatro paradas, e também a concessão da Linha 7 (Rubi) da CPTM, que liga o município de Jundiaí à estação da Luz, na capital paulista.

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Será uma viagem quase direta de São Paulo até Campinas (haverá uma parada apenas em Jundiaí). A operadora poderá conceder descontos no preço máximo da passagem para quem a comprar antecipadamente, por exemplo. O governo espera que o serviço seja atrativo para quem viaja de ônibus e fretados entre as cidades — especialmente o público que vive em Campinas e trabalha na capital paulista.

Obra estadual, federal e privada

O projeto, considerado prioritário da gestão Tarcísio de Freitas e faz parte do Programa de Aceleração ao Crescimento (PAC) do governo federal, será feito por meio de Parceria Público Privada (PPP) em que o governo entra com uma parte dos recursos e a vencedora custeia o restante. uma empresa custeará o restante.

O governo deve pagar cerca de 70% da obra (cerca de R$ 8,9 bilhões), por meio de um financiamento junto ao BNDES. Mas a fatia de recursos públicos não para por aí, já que o governo ainda vai pagar cerca de R$ 8 bilhões em 30 anos de contraprestação pecuniária, além de uma garantia de demanda.

O governo garante ao privado 90% da demanda programada. Caso haja uma demanda menor que isso, o governo pagará o faltante à concessionária. Se por outro lado o número de passageiros for mais de 110%, o privado e o poder público compartilham a receita igualmente.

— Para a Linha 7, eu pago por trem rodando, não importa quantas pessoas embarcarem, e para o Trem Intermetropolitano a mesma coisa. Já no TIC, eu garanto 90% da receita que eu estimei. Se tiver a menos que isso, eu pago para ele, se tiver mais que 110% a gente divide. Isso é o compartilhamento da demanda. A contraprestação pecuniária é para fechar a conta, porque mesmo com o compartilhamento da demanda, a conta não fechava — explicou ao GLOBO Rafael Benini, secretário estadual de Parcerias e Investimentos, no início do mês.

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O contrato com o vencedor deve ser assinado em até quatro meses. Em seguida, começa a transferência da tecnologia da CPTM para a operação da Linha 7 (Rubi). Haverá um período de treinamento de um ano, e depois disso o vencedor vai operar o ramal por mais um ano sob supervisão da estatal. A ideia é evitar que se repitam os constantes problemas enfrentados nas linhas 8 e 9, que passaram da CPTM para as mãos da ViaMobilidade (CCR) em 2021.

Hoje, a Linha Rubi tem 19 estações, ligando Jundiaí até a Luz, mas após a concessão perderá duas paradas e terminará na Barra Funda. Depois da concessão da Linha 7, a próxima etapa é a entrega do Trem Intermetropolitano de Jundiaí até Campinas, cuja obra deve ser entregue em 2028, porque é um trecho de construção menos desafiadora. Esse trecho terá paradas em Louveira, Vinhedo e Valinhos – a tarifa deve ser de no máximo R$ 28,10.

A previsão é que, em 2031, os três modelos estejam em operação simultaneamente. Neste cenário, somando a quantidade diária de passageiros, o estudo de demanda prevê o transporte de mais de meio milhão de pessoas.

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