Bovespa opera em alta com Petrobras e dólar está na casa de R$ 2,27
Os mercados financeiros do Brasil tiveram uma abertura volátil, na qual os investidores mostraram bastante indefinição. No começo da tarde, no entanto, bolsa, juros e câmbio traçavam um quadro menos instável. O mercado de ações subia enquanto dólar e juros tinham queda.
O Ibovespa tem voo solo, ultrapassa com folga o ganho em Nova York e supera as perdas da Europa. Petrobras é responsável por boa parte desse ânimo, ao disparar e movimentar um quinto do mercado. Os investidores aguardam um reajuste de combustíveis.
Juros e dólar têm sua parcela de ligação com os títulos do Tesouro americano, cujos rendimentos caem.
Câmbio
A queda nos rendimentos dos títulos do Tesouro americano e um fluxo mais positivo pela manhã impediram que o dólar comercial batesse a marca psicológica de R$ 2,30 nesta quarta-feira, levando a moeda americana a se afastar das máximas desde março alcançadas no começo do dia.
A alta de quase 3% da moeda americana no Brasil nas últimas duas semanas levou investidores a se reposicionar no mercado de opções de dólar comercial da BM&F – que captura expectativas para a direção da taxa de câmbio.
A discussão sobre um reforço das intervenções do Banco Central (BC) no câmbio acalmou hoje, principalmente depois de números mostrarem algum alívio na posição vendida em dólar à vista por parte dos bancos. Mas o debate segue no radar, ainda mais no caso de a moeda americana rapidamente voltar a se aproximar de R$ 2,30.
Hoje, a autoridade monetária fez a rolagem de todos os 8 mil contratos de swap cambial tradicional ofertados em leilão, adiando os vencimentos do equivalente a US$ 395,8 milhões em papéis que inicialmente venceriam no início de setembro.
Dos 201.400 contratos (US$ 10,07 bilhões) com vencimento em 1º de setembro, ainda há 177.400 (US$ 8,87 bilhões) passíveis de rolagem.
Mantido o ritmo de rolagem de 8 mil papéis por sessão, o BC postergará o vencimento de 160 mil contratos (US$ 8 bilhões), liquidando, portanto, US$ 2,07 bilhões.
Mais cedo, o BC vendeu todos os 4 mil contratos de swap cambial tradicional ofertados nesta quarta-feira, em operação que movimentou US$ 198,6 milhões.
Ao redor de 14 horas, o dólar comercial caía 0,28%, a R$ 2,2759. Mais cedo, a cotação foi a R$ 2,2961, maior patamar intradia desde 27 de março, quando alcançou R$ 2,3100.
No mercado futuro, o dólar para setembro cedia 0,28%, a R$ 2,2920, depois de bater R$ 2,3125 na máxima.
Juros
O mercado de juros foi conduzido por fatores técnicos nesta manhã, que justificaram uma intensa oscilação das taxas. Ainda sob efeito de um movimento de ordens para limitar perdas (stop loss) que pressionou o mercado ontem, os DIs iniciaram a sessão em firme alta. Passado o efeito desse ajuste, as taxas voltaram a operar em queda, alinhadas ao comportamento dos títulos do Tesouro americano. Operadores dizem ainda que o nível elevado dos juros, especialmente dos mais longos, também atraiu aplicadores, contribuindo para a queda.
Profissionais enxergam na mudança no cenário americano – detonada pelo desempenho mais forte do que o esperado da economia americana no segundo trimestre – um elemento pode alimentar a continuidade da alta dos juros futuros. ”
Ao redor das 14 horas, o DI janeiro 2017 era negociado com taxa de 11,73%, ante 11,84% ontem. Na máxima do dia, alcançou 11,96%. O DI janeiro/2021 tinha taxa de 11,95%, ante 12,02% ontem (máxima de 12,14%). O DI janeiro 2015 marcava 10,85% e o Janeiro 2016, 11,44%.
Bolsa
O Ibovespa oscilou bastante pela manhã, seguindo a volatilidade em Nova York. Mas estabeleceu definitivamente sinal positivo a partir do meio-dia, também com a consolidação nos EUA. Perto de 14 horas, o índice subia 0,75%, para 56.621 pontos.
As ações da Petrobras, que têm desempenho positivo desde a abertura, ampliaram os ganhos e continuavam liderando as altas do Ibovespa. A PN avançava 3,81%. A ação preferencial negocia nada menos que R$ 852 milhões, ou 21% de todo o mercado, que movimentava R$ 3,9 bilhões.
Além da expectativa de reajuste do preço da gasolina, os investidores esperam novas pesquisas eleitorais.
As ações preferenciais da Oi, que chegaram a despencar quase 7%, cediam 0,75% ao redor das 14 horas. A companhia divulgou os resultados do segundo trimestre de 2014. O prejuízo no período foi de R$ 220,9 milhões, avanço de 77,8% na comparação anual. A receita líquida somou R$ 8,35 bilhões, crescimento de 18%.
Fonte: UOL