Sem categoria

Fitch rebaixa nota da Braskem, e empresa deixa de ter grau de investimento

A agência de classificação de risco Fitch cortou nesta quinta-feira (14) a nota de crédito em escala global da Braskem para “BB+”, de “BBB-” e colocou o rating em observação negativa, o que fez a empresa deixar de estar entre as que estão em grau de investimento.

A mudança ocorre após o desastre causado em Maceió com o afundamento do solo em áreas onde estão minas de sal-gema da petroquímica, o que levou milhares de pessoas a deixarem suas casas a partir de novembro.

No último domingo (10), a situação piorou com o colapso da mina 18 da Braskem na capital alagoana. Além do problema ambiental, a Fitch destacou o pedido de R$ 1 bilhão feito pelo Ministério Público como indenização contra a empresa.

De acordo com a agência de classificação de risco, o pagamento da multa poderia piorar o perfil do fluxo de caixa da empresa.

A Fitch também afirmou que “espera que o fluxo de caixa livre (da companhia) seja negativo por um período mais longo do que o esperado, enquanto a empresa permanece exposta a uma prolongada desaceleração no setor petroquímico, o que resultou em um aumento significativo na dívida líquida”.

Com a alteração, a Braskem perde seu grau de investimento pela Fitch. Mais cedo esta semana, a Moody’s, que já atribuía uma classificação especulativa para a petroquímica, também cortou o rating da empresa. A S&P mantém rating “BBB-” para a Braskem.

Em comunicado ao mercado, a Braskem disse que mantém uma sólida posição de caixa e perfil de endividamento bastante alongado, citando prazo médio de vencimento de suas dívidas ao final do terceiro trimestre, que é de 12,3 anos, com aproximadamente 63% delas concentradas após 2030.

AdChoices

ADVERTISING

A empresa também reforçou seu compromisso com a manutenção da sua posição de liquidez e disciplina de custos e na continuidade da implementação de medidas para redução da sua alavancagem corporativa.

No final de novembro, a Braskem foi intimada de decisão da Justiça em nova ação de R$ 1 bilhão de autoridades federais e de Alagoas sobre os danos causados por movimentação do solo em Maceió. O processo busca ampliação da área de risco e inclusão de mais famílias em plano de compensação financeira.

Folha Mercado

Receba no seu email o que de mais importante acontece na economia; aberta para não assinantes.

Carregando…

Citando descumprimento de decisão liminar para incluir novos imóveis em programa de compensação e ausência de acordo com a empresa, as autoridades entraram com nova petição na quarta-feira (13), na qual solicitam o bloqueio de R$ 1 bilhão, entre outras medidas.

Procurada pela Reuters nesta quinta-feira, a Braskem disse que segue dialogando com as autoridades e desenvolvendo ações com foco na segurança das pessoas e na implementação de medidas amplas para mitigar, compensar ou reparar impactos decorrentes da desocupação dos imóveis afetados.

Leia também

Mina da Braskem desaba em Maceió

O que deve acontecer após o colapso de mina da Braskem em Maceió

‘Ouvi um estouro, mas não tive coragem de sair da cama’, diz vizinho de mina que se rompeu em Maceió

‘A novela terminou’, diz primeiro a alertar sobre risco de mina da Braskem em Maceió

Senado instala CPI para investigar colapso de mina da Braskem em Maceió

Colapso de mina da Braskem em Maceió indica acomodação de rochas e água; entenda

Agência de mineração tem 1 fiscal para estado de Alagoas, diz superintendente

Em relação à atualização do mapa de ações prioritárias, a companhia disse que a região ocupada nos bairros é constantemente monitorada e não existem estudos técnicos que indiquem a necessidade de novas desocupações. A empresa ainda afirmou que vai recorrer da decisão liminar.

Deixe uma resposta

Your email address will not be published.