Participação da Petrobras na Braskem faz governo preferir evitar CPI
Em um esforço de jogar água na fervura a fim de evitar a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Senado Federal sobre a situação do colapso das minas de sal-gema da Braskem em Maceió, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu na manhã desta terça-feira (12/12) com políticos alagoanos para debater a situação. A petroquímica, apesar de ter como maior acionista, com 51% do capital votante, a Novonor, novo nome da Odebrecht, tem uma significativa participação da Petrobras, que controla 47% da empresa.
A CPI foi proposta por um importante aliado do governo, o senador Renan Calheiros, mas a avaliação palaciana é de que Calheiros aposta na comissão para desgastar o seu oponente político, que é a outra principal liderança do estado nordestino, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).
Como o governo não quer criar nenhuma indisposição com Lira, de quem depende da boa vontade para votar temas de interesse no parlamento, e teme que essa comissão se torne um palanque para bater na estatal petroleira, a ordem no Planalto é tentar evitar a CPI.
Na contabilidade da política, a instalação da comissão parlamentar poderia desgastar tanto o prefeito João Henrique Caldas (PL) — conhecido por JHC — aliado de Lira, quanto o governador de Alagoas, Paulo Dantas (MDB), aliado de Calheiros. Porém, como as eleições do segundo semestre de 2024 são municipais, o grupo de Lira deve ser o maior prejudicado na pretensão de seguir no comando da capital alagoana.
Apesar do esforço do governo em evitar que o “incêndio” de Alagoas chegue a Brasília, parte dos senadores quer a instalação da CPI ainda nesta terça-feira. Após a reunião no Planalto, os alagoanos devem se reunir no gabinete do senador Omar Aziz (PSD-AM), que foi presidente da CPI da Covid, em 2021, e é apontado como provável presidente da CPI da Braskem.
A indicação de Aziz pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), indica um movimento para reduzir o protagonismo de Calheiros, mas pode mandar o alagoano para a relatoria, repetindo a dobradinha que ficou famosa na CPI da Pandemia.
Mostrando que o Senado tem pressa em entrar no assunto, ainda na segunda-feira (11), 10 das 11 vagas titulares foram indicadas pelos partidos. Somadas as vagas de suplentes, serão 18 parlamentares compondo a CPI da Braskem. Todos os senadores de Alagoas foram indicados, faltando apenas a indicação do líder do PDT para a última vaga de titular do colegiado.
Já indicados para a CPI da Braskem:
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