Produção futura da Petrobras pode cair 30% com corte de investimentos
Uma eventual queda da ordem de 30% no volume de investimentos no plano de negócios da Petrobras para o período 2015-2019, em relação ao previsto anteriormente, corresponderá a uma redução para 3 milhões de barris diários (b/d) de produção de petróleo em 2020, estima o Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE).
Isso significaria uma queda de 30% em relação à previsão anterior de produção para o ano, da ordem de 4,2 milhões de barris diários. Esse era o montante previsto no plano 2014-2018, que projetava investimentos firmes de US$ 206,8 milhões no período. A produção atual da companhia é da ordem de 2,1 milhões de barris diários.
O plano de negócios 2015-2019 está sendo discutido em reunião do conselho de administração da Petrobras, nesta sexta-feira. Ainda não se sabe se o documento será aprovado e divulgado hoje. Segundo especialistas, a expectativa é de uma redução entre 20% e 40% da previsão de investimentos no plano.
“Se o conselho for olhar realmente para a situação da empresa hoje, ele vai determinar um corte de 40% [do volume de investimentos]. Mas não sei se ele [conselho] terá condições políticas para fazer um corte desse tamanho. Eu apostaria em 30%”, disse Adriano Pires, diretor do CBIE.
Segundo ele, a discussão do conselho da Petrobras não pode se limitar à questão do caixa. Para ele, é preciso ter uma visão estratégica do que o governo espera para a companhia para os próximos dez anos.
“Uma recuperação da economia brasileira passa por uma recuperação da Petrobras”, afirmou o especialista. Ele lembrou que o setor petrolífero responde por 13% do PIB brasileiro. “E o setor petrolífeiro é praticamente a Petrobras”, disse.
O diretor do CBIE também classificou como “confuso” e “sem critério” o plano de desinvestimentos da petroleira, que pretende levantar US$ 13,7 bilhões com a venda de ativos. Segundo ele, a empresa não deixa claro quais ativos pretende vender.
Pires acrescentou que a venda de uma fatia minoritária, de até 49%, na Gaspetro, braço de logística e distribuição de gás natural, não é o melhor caminho para a Petrobras, pois “não maximiza o valor dos ativos”. Pelo lado do potencial comprador, o modelo também não agrada, segundo o diretor, porque “hoje não é mais tão interessante ser sócio minoritário da Petrobras”.
Fonte: Uol