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Queda do petróleo prestes a acabar

1Os hedge funds estão apostando que o desmoronamento dos preços do petróleo aproxima-se do final.
Os especuladores aumentaram suas posições líquidas longas no petróleo bruto do tipo West Texas Intermediate (WTI) em 14 por cento na semana terminada em 2 de dezembro, a maior alta em 20 meses, mostram dados da Comissão de Negociação de Futuros de Commodities dos EUA. As apostas de curto prazo se contraíram 15 por cento, ao passo que as de longo prazo se expandiram 4 por cento.
O colapso do petróleo se acelerou depois que a Organização de Países Exportadores de Petróleo decidiu, no dia 27 de novembro, manter os níveis de produção, enfatizando a guerra de preços no petróleo bruto. O petróleo entrou em um mercado baixista em outubro e atingiu seu mínimo em cinco anos na semana passada, já que o boom do xisto nos EUA incrementou o excesso de oferta mundial em um momento de desaceleração do crescimento da demanda.
“Muitas pessoas estão apostando que a onda de vendas é exagerada”, disse John Kilduff, sócio da Again Capital LLC, hedge fund com sede em Nova York focado na energia, em entrevista por telefone, no dia 5 de dezembro. “Não observamos esses níveis há anos. Eles representam um valor extremo para algumas pessoas”.
O nível mínimo dos preços atualmente é de US$ 60 ou ainda menos, disseram empresas como o Deutsche Bank AG, o BNP Paribas SA e a Petromatrix GmbH no final do mês passado.
Oferta da OPEP

A OPEP, responsável por cerca de 40 por cento da oferta mundial de petróleo, manteve sua meta de produção coletiva em 30 milhões de barris por dia. O WTI despencou 10 por cento entre aquele dia e o seguinte.
As ações em circulação dos quatro maiores fundos negociados em bolsas dos EUA que acompanham os preços do petróleo, entre eles o United States Oil Fund e o ProShares Ultra Bloomberg Crude Oil, aumentaram para 86,9 milhões em 4 de dezembro, o máximo desde janeiro de 2013, segundo dados compilados pela Bloomberg.
“As pessoas estão achando que chegamos ao fundo do poço e que o preço só pode subir”, disse Michael Lynch, presidente da Strategic Energy Economic Research em Winchester, Massachusetts, em entrevista por telefone, no dia 5 de dezembro. “US$ 70 é o novo US$ 100”.
Alguns bancos, como o BNP Paribas e o Barclays Plc, reduziram as previsões de preços depois da decisão da OPEP. O BNP desceu a estimativa do WTI para o ano que vem de US$ 88 para US$ 70, e o Barclays, de US$ 85 para US$ 66.
A produção de petróleo bruto dos EUA chegou a 9,08 milhões de barris diários na semana finalizada em 28 de novembro, o maior número desde o início dos dados compilados pelo governo, que datam de 1983.
A Saudi Arabian Oil Co., a empresa estatal de petróleo da Arábia Saudita, ofereceu aos clientes asiáticos o maior desconto para seu petróleo bruto de referência em pelo menos 14 anos, aumentando a especulação de que o país esteja reduzindo os preços para defender sua participação no mercado. A empresa também reduziu os preços para todas as variedades vendidas às refinarias dos EUA.
Erros no passado
Os especuladores já cometeram erros ao avaliar os mercados no passado. Eles aumentaram as posições líquidas longas em 8,7 por cento na semana terminada em 11 de novembro, e desde então os preços caíram 16 por cento.
Em outros mercados, as apostas altistas na gasolina cresceram 8,2 por cento para 43.022 contratos. Os futuros despencaram 11 por cento para US$ 0,478 por litro na bolsa de matérias-primas Nymex durante o período informado.
O WTI despencou para US$ 32,40 em dezembro de 2008 após quebrar um recorde com US$ 147,27 em julho daquele ano, o que levou a OPEP a reduzir as cotas em 2,46 milhões de barris por dia.
“Muitas pessoas acharam que, como o mercado caiu tanto, ele não tinha como continuar caindo”, disse Phil Flynn, analista sênior de mercados da Price Futures Group em Chicago, em entrevista por telefone. “É uma espécie de negação do que está acontecendo”.

Fonte: Jornal dos Jornais

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