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Valor Econômico destaca mudança na nova HRT

hrtO jornal Valor Econômico fez uma detalhada radiografia das mudanças em cursos na empresa de petróleo HRT. A bem da verdade, este blog reproduz na íntegra, sem qualquer edição ou supressão de conteúdo, a reportagem publicada hoje e disponível no meio eletrônico apenas para assinante. A matéria foi produzida pela competente jornalista Cláudia Schüffner, que detalha os projetos da empresa, cujo foco é a produção de petróleo e gás, e não mais a exploração, missão apropriada para as grandes empresas do setor em razão dos investimentos elevados.

 

 

“Um ano e três meses após o afastamento do fundador Márcio Mello da presidência, a HRT quer mostrar que está mais enxuta sob a direção de Milton Franke e tendo o empresário Nelson Tanure como maior acionista individual (com 19,25%). Os planos de encontrar muito petróleo leve na Amazônia e volumes iguais aos do pré-sal na Namíbia deram lugar à intenção de usar o caixa de R$ 365 milhões para comprar ativos maduros, já em produção. “Nossa estratégia, quando tivemos de repensar a HRT, foi de sermos uma empresa mais equilibrada, com exploração e produção”, diz Franke. “A HRT é compradora de ativos de produção e desinvestidora”, diz, referindo-se à busca de sócios na África.

 

Para aquisições no país, o alvo são campos em terra ou mar, preferencialmente na Bacia de Campos (RJ), para aproveitar sinergias operacionais. Apesar de ter a licença de operador A no Brasil, que permite operar até em águas profundas, a HRT não faz questão de ser operadora da nova área.

 

Enquanto não vai às compras, a HRT tem planos para estender a vida útil do seu único campo em produção, que já está maduro e cujas reservas devem se esgotar em dois anos. Foram identificadas outros reservatórios na área sob concessão e o plano é perfurar novos poços produtores. Para reduzir gastos, a ideia inicial é acessar um poço perfurado cinco anos atrás. A HRT estima que poderá baixar o gasto com perfuração para US$ 25 milhões, com um custo estimado de US$ 5 milhões para cada intervenção nos poços, que aumentam o rendimento. A perfuração de um poço nessa região pode custar de US$ 60 milhões a US$ 100 milhões.

 

“Esse programa já existe e é um sucesso. Polvo [o campo de Polvo, na Bacia de Campos] teria a vida estendida, já que foram identificadas outras reservas. Esse foi o caminho [para aumentar a vida produtiva dos campos] adotado no Mar do Norte e certamente também serve para o Brasil”, disse.

 

Eduardo Jácome, diretor de gestão e de relações com investidores da HRT, faz as contas e chega a uma receita bruta de R$ 2,5 bilhões quando menciona as oportunidades que a HRT tem de crescer se conseguir triplicar a atual produção, para a faixa de 30 mil barris. Isso só virá, obviamente, com a aquisição de ativos que permitam esse nível de produção.

 

A HRT opera o campo de Polvo há sete meses e, graças a ele, produziu 10.093 barris de petróleo por dia em junho, que garantiram receita líquida de R$ 138 milhões no segundo trimestre. A empresa teve lucro de R$ 11 milhões no intervalo, quando no mesmo trimestre do ano passado registrou prejuízo de R$ 645,2 milhões. Isso retirou a pressão de ser uma empresa exploradora de muito risco, altos custos e nenhuma produção.

 

A companhia aguarda a aprovação da Agência Nacional do Petróleo (ANP) para concluir a aquisição dos 40% da Maersk em Polvo, o que a tornará dona de 100%. O valor da compra ainda não foi divulgado, mas será conhecido quando o negócio for concluído, segundo o diretor financeiro, Ricardo Bottas Dourado. Para efeito de comparação, os 60% comprados da BP custaram US$ 135 milhões em dezembro do ano passado.

 

A HRT vai mudar a sede, hoje em um prédio de alta padrão de frente para o mar na avenida Atlântica, em Copacabana, para um novo escritório em Botafogo, também na Zona Sul do Rio. O número de empregados, que era de 600 em 2011, está agora em 150. E devem ser menos, algo entre 40 a 60, já que uma parte passará para a folha de pagamentos da russa Rosneft, que assumiu a operação das áreas na Bacia do Solimões, na Amazônia depois de comprar 6% que lhe deram o controle, passando a ter 51% da HRT O&G Exploração e Produção de Petróleo.”

Por: Paulo Roberto Cunha

 

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